Apresentação

agosto 27, 2017


Wesaþ hāle!

Posts de apresentação sempre são uma merda. Mas eu sou obrigado a fazer isso aqui.
Eu tenho estado no paganismo germânico desde cerca de 2011, quando me interessei por mitologia nórdica, conheci a Ásatrú, e pelo menos desde 2014 participo mais ativamente da comunidade virtual pagã, uma vez que nunca houveram grupos pagãos ou pessoas com as quais tive contato fisicamente por alguns motivos que vou explicar mais adiante.

Em todo esse tempo eu sempre estudei diversos povos germânicos. Nórdicos e Anglo-Saxões acabaram sendo os que mais forneceram informações para minha reconstrução nos dias atuais. Pelo menos desde 2016 eu assumi o método reconstrucionista como base da minha prática do paganismo, e tenho acompanhado há pelo menos um ano o Lárhús Fyrnsida e conteúdo originado do theodismo de Gárman Lord e dos irmãos Wódening, especialmente o Eric.

Desde 2014 eu iniciei o projeto Asatru, Misticismo & Liberdade, posteriormente chamado de Ásatrú & Liberdade, e este blog é ao mesmo tempo uma ruptura e uma continuação daquele projeto, mas que surge não pela minha falha com a Á&L, mas porque a Á&L é um projeto genérico que oferece informações sobre os povos pagãos Germânicos de maneira geral, embora a maior parte do conteúdo seja de nórdicos. Desde o início do ano venho tentando ao mesmo tempo alcançar uma abordagem mais regionalista do paganismo, mas focada na noção de ancestralidade dos povos tribais Germânicos, o que me levou a uma tentativa de paganismo Suevo-Visigodo, através de uma tradição chamada de Altheis Sidus, a qual objetivava se focar nos povos Germânicos que habitaram o que hoje é Portugal, e portanto, fazem parte de nossa herança ancestral (e não achem que isso tem a ver com racismo, mesmo negros falantes de Português têm acesso a essa ancestralidade, uma vez que ela é cultural, não genética).

Mas o problema de se começar uma tradição é que se começa sozinho, e, bem, o paganismo reconstrucionista é algo focado na comunidade por excelência. A comunidade pagã Anglo-Saxã é, na minha opinião, a mais desenvolvida e importante dos dias atuais. O Altheis Sidus era uma goticização do paganismo dos Anglo-Saxões (AS), o reconstrucionismo AS foi a massa que usei para preencher os poucos ossos que encontrei do paganismo Suevo e do Visigodo. Mas com o tempo eu fui vendo que a comunidade basilar AS realmente me interessava muito mais, por diversas razões.

Uma delas é a maturidade da maioria dos praticantes de paganismo AS, em oposição aos muitos e muitos brosatrus, racistas, wiccatrus, ocultistas e afins que empesteiam o paganismo dos nórdicos e tornam realmente difícil encontrar as pessoas sérias. Outra é a quantidade de desinformação que essas pessoas propagam, que é absurda. Outra é que aos poucos o nome "Ásatrú" (fé nos Æsir) passou a significar bem pouco pra mim, já que era um nome tão baseado em noções de religião influenciadas pelo cristianismo. Nórdicos e Anglo-Saxões possuem pesquisadores bastante dedicados a eles, o que acontece em menor escalada também com os Godos e Francos. Todavia, alguns nomes como Stephen Pollington, o trabalho do Lárhús Fyrnsida, pesam bastante por serem alguns dos melhores relacionados ao paganismo na atualidade. O ponto final é a afinidade. Eu realmente compartilho muito menos em comum com praticantes de paganismo Nórdico do que com praticantes de paganismo Anglo-Saxão. É só um sentimento, aquela "química" que rola ao conversar. Nesse fato tem pesado muito a aproximação com a galera do Beorningas, com os quais encontrei uma afinidade até então impossível com pagãos em língua Portuguesa.

Se existem grupos que praticam o paganismo AS no Brasil na atualidade desconheço. Além do já citado grupo de recriacionismo histórico Beorningas, só conheço a página no facebook Esetrogen, no Brasil, dedicado ao lado Anglo-Saxão da força. Esse será um blog que misturará artigos objetivos, trazendo informações a partir da perspectiva reconstrucionista, mas em outros momentos falarei de minhas ideias e práticas pessoais, e espero também publicar minhas experiências pessoais, conforme isso for sendo possível.

Gostaria de lembrar também que o paganismo AS não tem nada a ver com nazismo e racismo. Eu mesmo não sou 100% branco, não tenho olho azul e nem sou loiro. Isso não tem a menor importância, eu sou um pagão tribal e não folkish, mas também não sou universalista. Em termos simples, eu não considero qualquer coisa que as pessoas chamam de raça como pré-requisito para se ser pagão, mas também não acho que qualquer um é bem-vindo em meu círculo. Você precisa provar porque merece minha confiança, e isso é tudo, isto é, ser confiável e verdadeiro. Por esse motivo ainda não encontrei pagãos próximos a mim, por falta de equivalência de abordagens do paganismo.

Com esse blog, tenho inicialmente quatro objetivos: o primeiro é informar sobre o paganismo anglo-saxão em língua portuguesa, algo tentado também por quem administrava a página Esetrogen, não só escrevendo artigos originais, mas traduzindo bons textos lá de fora. O segundo é clarificar alguns maus entendidos e preconceitos sobre os Anglo-Saxões, sendo então uma extensão do primeiro. O terceiro é encontrar pessoas, e, talvez, formar um grupo para a vivência do paganismo Anglo-Saxão. O último é compartilhar as experiências e vivência daquilo que o caminho AS me proporcionar, nos próximos tempos.

Espero que esse blog possa ajudar mais pessoas. Meu objetivo não é dar a última palavra em nada, mas apenas informar e levantar discussões que possam ser úteis ao paganismo Germânico no Brasil de forma geral, em especial ao Anglo-Saxão. E que essa comunidade possa crescer, e quem sabe, no futuro, também sermos reconhecidos dentro do paganismo Germânico de forma autônoma e imponente, desfazendo alguns mitos históricos formados dentro da comunidade pagã Brasileira.

Wesaþ ġē hāle!

 Daniel Seaxdēor Falcão

You Might Also Like

0 Comments

Curta no Facebook